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«Há elementos da Polícia que deveriam ter mais contenção na relação com a comunicação social, pois isso, de alguma forma, vai causar transtornos à investigação, não só passando alguns conhecimentos da investigação para o exterior, mas dando a impressão de que esta está a ser conduzida tipo 'discos pedidos', em que as pessoas viram para Marrocos, depois viram para Rússia, depois viram para a Inglaterra, depois viram ainda não sei bem para onde» afirmou o criminalista Barra da Costa que falava à agência Lusa à margem do I Simpósio de Psicologia e Crime.
«O que penso que está posto em causa é uma questão de método de investigação criminal», disse, referindo-se aos casos da menor britânica desaparecida em Maio na Praia da Luz e também ao da menor Joana Cipriano, igualmente desaparecida no Algarve.
Reportando-se a dados divulgados pela comunicação social sobre o caso de Madeleine McCann, Barra da Costa observou que a descoberta de «mais de meia dúzia» de ADN na cena do crime mostra que o local «não foi isolado imediatamente e à distância que é devida».
«Primeiro, procuram-se os indícios, as evidências e vai-se à procura, já armado desses indícios e evidências, do autor. O que me parece, de alguma forma, o contrário do que se está a passar lá em baixo [no Algarve]», observou.
Recorrendo ao pensamento do penalista da Universidade de Coimbra Figueiredo Dias, Barra da Costa referiu, citando o docente, que «parece que, em Portugal, se prende para arranjar provas e não, como devia ser, primeiro arranjar as provas e depois prender».
(No Jornal "O Sol" de hoje, 09 de Junho de 2007)
Afinal parece que não são só os ingleses a criticar a Polícia Judiciária!...
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