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Tudo indica que uma percentagem importante de europeus discordou do alargamento de 15 países para 25. Também há os que não querem a Turquia... A deslocalização de fábricas para Leste com o consequente aumento de desemprego e a chegada de imigrantes daquelas zonas, dispostos a tudo, tanto para trabalhar no duro como para aumentar as estatísticas do crime, tem assustado o pessoal... Os políticos descuraram isso. Vão ter um "acordar" violento. Prevejo resultados idênticos (senão piores nos números), na Holanda, na Dinamarca e no UK. Por cá, é preciso lembrarmo-nos que um número significativo de eleitores nem sequer sabe o que é um Tratado Constitucional... Se as estações de TV começarem por aí a perguntar nas feiras etc o que é que os portugueses vão votar, desconfio que vamos ouvir muita gente dizer que vai votar "na Europa", "no Euro" e no "não faço a mínima ideia"...
Aqui há já um bom par de anos, era eu miúdo, houve uma reunião em casa e uma tia minha a que por acaso assisti em parte e de que nunca mais me esqueço. Uma pequena cidade perto do Porto. Um belo dia de sol e a coisa até que começou bem. Eram várias senhoras bem postas, com amigas comuns, mas que, pelo visto, não se conheciam todas umas às outras. Ao que me lembro parece que o objectivo era uma demonstração de tupperwares durante um lanche à maneira, para depois cada uma comprar lá as caixinhas de plástico com um bom desconto. A situação começou a deteriorar-se quando duas das presentes, amigas íntimas, começaram aos segredinhos uma à outra e aos risinhos. Mais tarde ouvi comentários da minha tia com outra e aos bocadinhos consegui reconstituir o fio dos acontecimentos. O que se passou foi que estavam lá duas e logo das mais convencidas, ambas casadas e que, pelo visto, tinham um amante comum mas sem o saberem. Terras relativamente pequenas é o dá. Tudo se sabe. As duas dos risinhos não descansaram enquanto não puxaram a conversa de que os tempos estavam a mudar e que agora os maridos já não eram os últimos a saber!... Eram as mulheres casadas e não acerca dos maridos... mas sobre as vidas dos namorados... Claro que, diziam isto, olhavam para as tais do amante comum e riam-se cada vez mais descaradamente. A certa altura uma delas não pôde mais e disse mesmo o nome do tal artista. Não contente com isso acrescentou logo a seguir que havia ali dois corações partidos e ria-se a bandeiras despregadas. A coisa tinha mesmo de dar para o torto. E deu. Ninguém, mais tarde, foi capaz de explicar como é que a situação se agravou mas o facto é que até a terrina do cup acabou por aterrar na cabeça da vizinha da minha tia que, por azar, até era a mais velhota das presentes e a mais educada e contida. Mas eu assisti à parte final do pandemónio, vi a cena da terrina do cup e ouvi claramente a velhota a largar um foda-se inconfundível. Aquilo marcou-me para o resto da minha vida! Pensava eu que uma respeitável velhota, de comunhão quase diária, não dizia palavrões. Afinal era só aparecer a situação e os valores mudavam.... Foda-se , digo eu. Puta que pariu a velhota. Acho que foi por aí que começou a acabar a minha infância. Fiquei chateado. Claro que fiquei chateado. Ainda hoje estou e já lá vão mais de quarenta anos...
Salvo erro a canção chamava-se "Lentamente, num navio a vapor a caminho da China"... Qualquer coisa como "On a slowly steamship to China"... Não sei se alguém se lembra dela. Eu não. Mas gostava de a ouvir ou de saber onde a poderei encontrar. Deve ser, ou melhor, "tem de ser" qualquer coisa que nos atire para dentro do tal velho barco a vapor (e a carvão...), lento e lá para os mares da China... (E para os anos Vinte!...)
Depois de algum tempo a inserir comentários nas páginas do pessoal da blogolândia, achei que chegou a minha vez de me abalançar nesta coisa. Vamos lá a ver o que é que sai daqui...
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